Soberania 
por  Heitor  De Paola em 10 de maio de  2008 
“A mídia está de tal forma sob preconceitos  (antiamericanos) que nem chega a perceber os próprios preconceitos. (…) Um  simples fator é decisivo para sua tomada de posição: o regime proscreveu o  Partido Comunista? Então é ruim!”
RONALD REAGAN
A soberania e a integridade territorial são conquistas  importantes da constituição dos Estados modernos. Sem o respeito a elas seria  impossível sequer ter uma administração conseqüente. Enquanto a primeira é um  conceito jurídico universal, o último é uma conseqüência variável dela. Embora  movimentos separatistas sejam freqüentemente vistos com desconfiança, a história  mostra que partes de territórios podem se separar sem que o princípio da  soberania seja desrespeitado, 
Relembro estes fatos a propósito de duas situações que  afligem o nosso continente nos últimos tempos: a recente, e ainda não resolvida,  é a crise entre Colômbia e Equador envolvendo outros países, e, muito mais  grave, as ameaças à soberania  brasileira sobre porções do território nacional. Os dois casos  apresentam aspectos antagônicos se forem analisados pelos métodos  tradicionais.
No primeiro caso a reunião do Grupo do 
Nega-se o fato óbvio de que o território equatoriano foi  invadido antes pelas FARC, provavelmente com a aquiescência do governo  “progressista” de Correa, também aliado das FARC no FSP. Esta invasão não é  considerada um delito à soberania, nem o apoio a um partido minoritário que é a  extensão política da narco-guerrilha. Espera-se para breve um reconhecimento da  mesma 
No caso da iminente separação de partes imensas do  território do Brasil, presidido por uma dos fundadores do FSP, transformando-se  as reservas indígenas em “territórios indígenas autônomos”, nenhum pio foi  ouvido dos mesmos governos tão ciosos em defender a soberania do outro aliado do  FSP. À declaração cínica e hipócrita do governo brasileiro de que não podem  condenar as FARC para não perder “capacidade de diálogo pacífico com todas as  partes em conflito”, soma-se a óbvia violação oficial da Constituição para instituir os  novos “quilombos”, lesando os princípios de propriedade – de onde nasceu o de  soberania. Pois não existe soberania verdadeira onde esta não seja garantida às  propriedades dos indivíduos. A soberania nacional sobre os territórios indígenas  já está efetivamente abolida no momento  mesmo em que se proíbe a entrada de autoridades militares  brasileiras e se as substitui por ONG’s.
Para entender o elo que liga todos estes acontecimentos  – incluindo certas interpretações do que ocorre na Iugoslávia contrárias à  independência dos povos subjugados - é preciso apelar para outro método de  análise que não o tradicional e recuar até 1864 quando Marx e Engels fundam a  Associação Internacional dos Trabalhadores. Pela primeira vez na história, se  reuniram trabalhadores de diferentes países para dar forma ao lema “Proletários  de todo o mundo: uni-vos!” do Manifesto Comunista de 1848. Daí a fundação do  Komintern e imposição dos partidos comunistas abandonarem o patriotismo, às  falsas modificações introduzidas em 58 (todos os PC’s abandonaram de uma só vez  o internacionalismo, o que denunciava que tudo não passava de uma farsa), à  fundação do Movimento dos Não-Alinhados pelo falso dissidente Tito, até a OLAS e  o Foro de São Paulo, o movimento revolucionário jamais deixou de ser unido e  internacionalista, usando os partidos e frentes “nacionais” para atacar por  dentro o inimigo. Ora, o princípio da não intervenção não se aplica a eles, já  que são forças nacionais! As suas alegações de soberania nacional não passam de  farsa da pior espécie, pois o que comanda as ações são os interesses  revolucionários. Assim, a perda de soberania territorial do Brasil serve à  revolução? É boa. O delito de soberania do Equador não serve à revolução? É má!  Para os democratas e patriotas o conceito é uno, absoluto e sagrado. 


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