Monday, December 28, 2009

USA


"America was the greatest country in the history of the world because our people have always believed in two great ideas: first, that tomorrow can be better than today, and second, that each of us has a personal moral responsibility to make it so."
Carroll Quigley

Sunday, December 06, 2009

Climagate Wall Street Journal

Climategate: Science Is Dying By DANIEL HENNINGER

Climagate

Surely there must have been serious men and women in the hard sciences who at some point worried that their colleagues in the global warming movement were putting at risk the credibility of everyone in science. The nature of that risk has been twofold: First, that the claims of the climate scientists might buckle beneath the weight of their breathtaking complexity. Second, that the crudeness of modern politics, once in motion, would trample the traditions and culture of science to achieve its own policy goals. With the scandal at the East Anglia Climate Research Unit, both have happened at once.

I don't think most scientists appreciate what has hit them. This isn't only about the credibility of global warming. For years, global warming and its advocates have been the public face of hard science. Most people could not name three other subjects they would associate with the work of serious scientists. This was it. The public was told repeatedly that something called "the scientific community" had affirmed the science beneath this inquiry.

Global warming enlisted the collective reputation of science. Because "science" said so, all the world was about to undertake a vast reordering of human behavior at almost unimaginable financial cost. Not every day does the work of scientists lead to galactic events simply called Kyoto or Copenhagen. At least not since the Manhattan Project.

What is happening at East Anglia is an epochal event. As the hard sciences?physics, biology, chemistry, electrical engineering?came to dominate intellectual life in the last century, some academics in the humanities devised the theory of postmodernism, which liberated them from their colleagues in the sciences. Postmodernism, a self-consciously "unprovable" theory, replaced formal structures with subjectivity. With the revelations of East Anglia, this slippery and variable intellectual world has crossed into the hard sciences.

This has harsh implications for the credibility of science generally. Hard science, alongside medicine, was one of the few things left accorded automatic stature and respect by most untrained lay persons. But the average person reading accounts of the East Anglia emails will conclude that hard science has become just another faction, as politicized and "messy" as, say, gender studies.

The East Anglians' mistreatment of scientists who challenged global warming's claims?plotting to shut them up and shut down their ability to publish?evokes the attempt to silence Galileo. The exchanges between Penn State's Michael Mann and East Anglia CRU director Phil Jones sound like Father Firenzuola, the Commissary-General of the Inquisition.

For three centuries Galileo has symbolized dissent in science. In our time, most scientists outside this circle have kept silent as their climatologist fellows, helped by the cardinals of the press, mocked and ostracized scientists who questioned this grand theory of global doom.

Beneath this dispute is a relatively new, very postmodern environmental idea known as "the precautionary principle." As defined by one official version: "When an activity raises threats of harm to the environment or human health, precautionary measures should be taken even if some cause and effect relationships are not fully established scientifically." The global-warming establishment says we know "enough" to impose new rules on the world's use of carbon fuels. The dissenters say this demotes science's traditional standards of evidence.

The U.S. Environmental Protection Agency's dramatic Endangerment Finding in April that greenhouse gas emissions qualify as an air pollutant?with implications for a vast new regulatory regime?used what the agency called a precautionary approach. The EPA admitted "varying degrees of uncertainty across many of these scientific issues." Again, this puts hard science in the new position of saying, close enough is good enough. One hopes civil engineers never build bridges under this theory.

If the new ethos is that "close-enough" science is now sufficient to achieve political goals, serious scientists should be under no illusion that politicians will press-gang them into service for future agendas. Everyone working in science, no matter their politics, has an stake in cleaning up the mess revealed by the East Anglia emails. Science is on the credibility bubble. If it pops, centuries of what we understand to be the role of science go with it.

Write to henninger@wsj.com

WSJ

Historian Jack N. Rakove of Stanford University in his biography of James Madison:

"The simple truth, Madison believed, was that incompetent legislators were passing too many laws, and these poorly drawn acts were being repealed or revised before anyone could discover how well they were actually working. Such proceedings brought the very concept of law into contempt. In a republic obedience to law rested neither on the efficiency of monarchy or on the influence of an able aristocracy but on the free compliance of citizens who believed that the laws were rightly made and fairly executed. Call that faith into question, Madison understood, and the willingness to abide by law would crumble. (Rakove, 47)"

O futuro do Brasil e o de Lula -O ESTADO DE S. PAULO by Miguel Reale Júnior


O futuro do Brasil e o de Lula -O ESTADO DE S. PAULO by Miguel Reale Júnior

Em 1982, Lula, candidato ao governo do Estado em disputa com Franco Montoro, tinha como propaganda o slogan "vote em um homem como você". Perdeu a eleição. Nas seguintes disputas, para a Presidência da República (uma contra Collor e duas contra Fernando Henrique), apresentou-se como alguém oriundo da classe trabalhadora, suado, de roupa esporte, sem cuidado maior com a aparência. Perdeu as eleições. No pleito consagrador de 2002 foi diferente. Não se mostrou como "um homem igual a você", caro eleitor, mas, obedientemente, foi submetido a repaginamento por um personal stylist, por obra do seu marqueteiro, e vestido de executivo, com ternos e gravatas impecáveis, personagem acima do homem comum, digno de ser votado para presidente.

O seu inegável carisma teve de ser repaginado de modo a que a imagem gerasse o reconhecimento de que poderia vir a ser o supremo magistrado da Nação, um homem que não era comum. Conforme correu o exercício da Presidência, porém, Lula sentiu-se cada vez mais livre para se desvestir da roupagem de executivo, para voltar a ser ele próprio o comunicador da Presidência, sem porta-voz, porque ninguém como ele sabe falar com o povo, com a maioria dos brasileiros. A cada ano Lula foi se sentindo mais seguro para usar expressões chulas, reincidir nos erros gramaticais, dizer impropriedades a mancheias, a ponto de se transformar em costume falar o que bem entende. É o pitoresco, o exótico, admitido e concedido a quem tem imensa popularidade.

Esse quadro de alta popularidade permite, agora, ao presidente ser não apenas um "homem como você", brasileiro das classes C e D, mas romper com todas as liturgias do cargo, sendo cada vez mais seduzido a mostrar que um homem comum pode "chegar lá".

Assim, o presidente permite-se todas as liberdades. O Lula é capaz de dizer, por exemplo, que o mensalão - cuja denúncia foi bem lastreada e recebida em larga decisão fundamentada pelo Supremo Tribunal Federal - não passou de uma tentativa de golpe de Estado, com a infiltração de agentes da oposição nas hostes petistas para comprometer os ingênuos companheiros em tramoias arquitetadas para derrubá-lo. Antes dissera que de nada sabia, depois que errar é humano e os amigos deveriam ser perdoados. Agora vem a tese conspiratória, a demonstrar ter-se liberado absolutamente para proclamar o que sua ampla imaginação criadora lhe inspira, sem censura alguma.

Em outro exemplo, pode-se mesmo dizer que o presidente emite ideias sem pudor, como na explicação dada à formação de alianças com as forças menos respeitáveis da nossa vida política. Em entrevista, Lula disse: "Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão."

Assim, sua declaração, de duas décadas, de ser o Congresso formado por 300 picaretas, a traduzir um juízo com rigor moral, amainou e transformou os picaretas de ontem, a serem expungidos, nos Judas de hoje, a serem chamados para fazer coalizão.

Mesmo ainda preso a ressentimentos - pois justifica qualquer crítica como "inveja dos poderosos por verem um trabalhador na Presidência" -, Lula agora sente a mais plena liberdade em razão da popularidade alcançada, a ponto de desfazer da verdade, inventando conspirações alucinadas, ou de defender a desnecessidade de moralidade na vida pública, ao instituir a regra da acomodação ao espírito rasteiro prevalecente de colocar o interesse pessoal de poder acima do interesse público, mediante acordos espúrios com políticos sequiosos de poder para fins egoísticos: os Judas, hoje discípulos, mas amanhã traidores.

Assim, misturam-se forças negativas e positivas no mesmo saco, tornando a política inodora e insossa, sem diferenças, a fazer-se o diferente igual.

Basta verificar a base aliada, composta por muitos próceres políticos que ontem eram oposição ao PT, ministros do governo de Fernando Henrique, que "nada fez em comparação com o atual", segundo mantra repetido à exaustão, para constatar a prevalência do adesismo. A consequência é o desfazimento da vida democrática, formada pela contraposição de visões, graças à mitificação de um líder que dissolve valores morais e desconsidera fatos evidentes, para a doce imposição de uma unanimidade de interesse.

Qual será o futuro da Nação neste panorama?

Lula crê, como acreditava Ademar de Barros, outro falastrão, poder eleger um poste, mesmo num país com apagão. Mas terá surpresas numa base aliada composta por vários Judas, cujo interesse é se eleger deputado ou senador, pouco importando estar diretamente no poder central, pois sempre irá negociar com esse poder, na obtenção de vantagens. A reforma política começa pelo exemplo de exigência de firmeza de posições, por isso a legitimação da coalizão com Judas é desastrosa para o futuro de nosso país. Embora a mudança do sistema eleitoral e dos partidos possa até ajudar, o principal está no exemplo a vir de cima.

Manter o PT no poder interessa aos milhares de companheiros colocados nos inúmeros cargos em comissão, criados como "nunca antes neste país", mas não é, a meu ver, uma questão de vida ou morte para Lula.

Qual o futuro de Lula?

Com a repercussão internacional, muito em vista de sua pessoa carismática, com o charme de ser, aos olhos do Primeiro Mundo, o primeiro operário na Presidência, Lula aspira a posições no concerto internacional. Não interessaria mais o que se dá na nossa terrinha.

Importa promover seu reconhecimento internacional, aspirando à posição de secretário-geral da ONU ou ao Prêmio Nobel da Paz. Se assim for, Lula não deixará de conceder a extradição de Battisti para a Itália, a fim de não criar arestas com a comunidade europeia.

Será Lula lá fora.

Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras, foi ministro da Justiça

Saturday, December 05, 2009

James Madison


“As far as laws are necessary, to mark with precision the duties of those who are to obey them, and to take from those who are to administer them a discretion, which might be abused, their number is the price of liberty. As far as the laws exceed this limit, they are a nusance: a nusance of the most pestilent kind. Try the Codes of the several States by this test, and what a luxuriancy of legislation do they present. The short period of independency has filled as many pages as the century which preceded it. Every year, almost every session, adds a new volume.” James Madison

Thursday, December 03, 2009

Worrisome Thoughts on the Way to the Jobs Summit by Robert Reich


Worrisome Thoughts on the Way to the Jobs Summit

Most ideas for creating more jobs assume jobs will return when the economy recovers. So the immediate goal is to accelerate the process. A second stimulus would be helpful, especially directed at state governments that are now mounting an anti-stimulus package (tax increases, job cuts, service cuts) of over $200 billion this year and next. If the deficit hawks threaten to take flight, the administration should use the remaining TARP funds.

Other less expensive ideas include a new jobs tax credit for any firm creating net new jobs. Lending directed at small businesses, which are having a hard time getting credit but are responsible for most new jobs. A one-year payroll tax holiday on the first, say, $20,000 of income – which would quickly put money into peoples’ pockets and simultaneously make it cheaper for businesses to hire because they pay half the payroll tax. And a WPA style program that hires jobless workers directly to, say, insulate homes.

Most of this would be helpful. Together, they might take the official unemployment rate down a notch or two.

But here's the real worry. The basic assumption that jobs will eventually return when the economy recovers is probably wrong. Some jobs will come back, of course. But the reality that no one wants to talk about is a structural change in the economy that's been going on for years but which the Great Recession has dramatically accelerated.

Under the pressure of this awful recession, many companies have found ways to cut their payrolls for good. They’ve discovered that new software and computer technologies have made workers in Asia and Latin America just about as productive as Americans, and that the Internet allows far more work to be efficiently outsourced abroad.

This means many Americans won’t be rehired unless they’re willing to settle for much lower wages and benefits. Today's official unemployment numbers hide the extent to which Americans are already on this path. Among those with jobs, a large and growing number have had to accept lower pay as a condition for keeping them. Or they've lost higher-paying jobs and are now in a new ones that pays less.

Yet reducing unemployment by cutting wages merely exchanges one problem for another. We'll get jobs back but have more people working for pay they consider inadequate, more working families at or near poverty, and widening inequality. The nation will also have a harder time restarting the economy because so many more Americans lack the money they need to buy all the goods and services the economy can produce.

So let's be clear: The goal isn’t just more jobs. It's more jobs with good wages. Which means the fix isn’t just temporary measures to accelerate a jobs recovery, but permanent new investments in the productivity of Americans.

What sort of investments? Big ones that span many years: early childhood education for every young child, excellent K-12, fully-funded public higher education, more generous aid for kids from middle-class and poor families to attend college, good health care, more basic R&D that's done here in the U.S., better and more efficient public transit like light rail, a power grid that's up to the task, and so on.

Without these sorts of productivity-enhancing investments, a steadily increasing number of Americans will be priced out of competition in world economy. More and more Americans will face a Hobson's choice of no job or a job with lousy wages. It's already happening.

Robert Reich Blog

Wednesday, December 02, 2009

WSJ.com - U.S. Faces Rising Resistance to Its Latin American Policy

By JOSé DE CóRDOBA and DAVID LUHNOW
The U.S., which once considered Latin America its own backyard, is having an increasingly tough time calling the shots in a region where countries like Brazil and China are vying for influence, and where even tiny Honduras stands up to the "Colossus to the North."

While the U.S. remains the dominant player in Latin America, its clout is curtailed by several factors, including Brazil's rise as a regional power, the influence of a clique of anti-American nations led by oil-rich Venezuela, and the growing muscle of China, which sees Latin American resources as key to its own economic growth.

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Associated Press

At a recent protest in Caracas, a Chavez supporter's sign reads: 'We don't want the empire's boot in Latin America.'
.The Obama administration, though popular in much of the region, has found itself squabbling over a host of issues, from Cuba to the U.S. military's use of bases in Colombia to how best to resolve the Honduran crisis.

Honduras stood firm on the ouster of President Manuel Zelaya. The U.S. and other foreign governments pressured the interim government to let Mr. Zelaya serve out his term, which ends in January. But the provisional government hung on long enough to hold Sunday's presidential election without reinstating Mr. Zelaya.

Honduras's refusal to buckle startled the U.S., which has historically cast a long shadow over the country -- the original "banana republic," where through much of the 20th century, American fruit companies exerted enormous influence on governments. In the 1980s, Honduras served as a base for U.S.-backed Contra rebels fighting the Sandinista government next door in Nicaragua.

Analysts say the Obama administration and many Latin American nations underestimated how strongly Honduras's provisional government felt about the threat posed by Mr. Zelaya, a close ally of Venezuela's Hugo Chávez.

"Everybody underestimated just how widespread the fear of Chavismo -- rightly or wrongly -- was in Honduras," says Michael Shifter, vice president for policy at Inter-American Dialogue, a think tank in Washington.

Resenting their historic dependence on the U.S., Latin American countries complain when it ignores them, but condemn what they see as American interference -- all the while looking to the U.S. for answers to Latin American problems.

Contradicting the U.S. used to be "unthinkable," said Moises Starkman, who serves as an adviser to the interim government and also advised Mr. Zelaya. But "we felt our whole system was hanging in the balance," he said.

The U.S. eventually changed course, signaling it would recognize the Honduran vote as the only way to clear the impasse. In doing so, it broke with much of Latin America, including Brazil.

That split is the latest fly in the ointment in relations with the region. Washington was especially angered by Iranian President Mahmoud Ahmadinejad's visit to Brazil, part of a tour during which he also visited Venezuela and Bolivia, and won backing for his country's controversial nuclear program. Brazil has raised questions recently about the expanded U.S. use of military bases in Colombia, while Venezuela has called the move a prelude to U.S. invasion.

One reason the U.S. is having a harder time carrying out its agenda is that Latin America is deeply divided between pro-U.S. nations such as Mexico, Colombia and Peru, and a bloc of populist countries including Venezuela, Bolivia, Ecuador and Nicaragua. Mr. Chávez also has sometimes found allies in Argentina and Brazil.

Brazil's emergence as the hemispheric powerhouse is turning into a challenge and -- in foreign-policy terms -- a disappointment for President Barack Obama, who, like George W. Bush, developed a close relationship with charismatic President Luiz Inácio Lula da Silva. "The world was hoping that it would become a responsible global player and stakeholder, but instead Brazil is behaving like an immature developing country with a chip on its shoulder," says Moisés Naím, editor of Foreign Affairs magazine.

Economic woes have also diminished U.S. influence. China is financing Brazil's state-owned oil company to the tune of $10 billion. "We don't have $10 billion to give. We have deficits, China has surpluses," says Riordan Roett, a Latin America expert at Johns Hopkins University.

The Honduran crisis showed the double standard, when Mr. Chávez complained Washington wasn't doing enough to press Honduras to restore Mr. Zelaya.

Former Mexican Foreign Minister Jorge Castañeda says the crisis is a lesson for Mr. Obama in the limits of cooperation. "You can't follow the Latin Americans given how polarized the region is," says Mr. Castañeda. "You have to take a stance, and hope that the others will follow you."

—Nicholas Casey contributed to this article.
Write to David Luhnow at david.luhnow@wsj.com

Monday, November 30, 2009

Mansao das Heras ,Rio de janeiro, Brazil

Brazil takes off


Nov 12th 2009
From The Economist
Now the risk for Latin America’s big success story is hubris
Rex Features
WHEN, back in 2001, economists at Goldman Sachs bracketed Brazil with Russia, India and China as the economies that would come to dominate the world, there was much sniping about the B in the BRIC acronym. Brazil? A country with a growth rate as skimpy as its swimsuits, prey to any financial crisis that was around, a place of chronic political instability, whose infinite capacity to squander its obvious potential was as legendary as its talent for football and carnivals, did not seem to belong with those emerging titans.
Now that scepticism looks misplaced. China may be leading the world economy out of recession but Brazil is also on a roll. It did not avoid the downturn, but was among the last in and the first out. Its economy is growing again at an annualised rate of 5%. It should pick up more speed over the next few years as big new deep-sea oilfields come on stream, and as Asian countries still hunger for food and minerals from Brazil’s vast and bountiful land. Forecasts vary, but sometime in the decade after 2014—rather sooner than Goldman Sachs envisaged—Brazil is likely to become the world’s fifth-largest economy, overtaking Britain and France. By 2025 São Paulo will be its fifth-wealthiest city, according to PwC, a consultancy.

And, in some ways, Brazil outclasses the other BRICs. Unlike China, it is a democracy. Unlike India, it has no insurgents, no ethnic and religious conflicts nor hostile neighbours. Unlike Russia, it exports more than oil and arms, and treats foreign investors with respect. Under the presidency of Luiz Inácio Lula da Silva, a former trade-union leader born in poverty, its government has moved to reduce the searing inequalities that have long disfigured it. Indeed, when it comes to smart social policy and boosting consumption at home, the developing world has much more to learn from Brazil than from China. In short, Brazil suddenly seems to have made an entrance onto the world stage. Its arrival was symbolically marked last month by the award of the 2016 Olympics to Rio de Janeiro; two years earlier, Brazil will host football’s World Cup.
At last, economic sense
In fact, Brazil’s emergence has been steady, not sudden. The first steps were taken in the 1990s when, having exhausted all other options, it settled on a sensible set of economic policies. Inflation was tamed, and spendthrift local and federal governments were required by law to rein in their debts. The Central Bank was granted autonomy, charged with keeping inflation low and ensuring that banks eschew the adventurism that has damaged Britain and America. The economy was thrown open to foreign trade and investment, and many state industries were privatised.
All this helped spawn a troupe of new and ambitious Brazilian multinationals (see our special report). Some are formerly state-owned companies that are flourishing as a result of being allowed to operate at arm’s length from the government. That goes for the national oil company, Petrobras, for Vale, a mining giant, and Embraer, an aircraft-maker. Others are private firms, like Gerdau, a steelmaker, or JBS, soon to be the world’s biggest meat producer. Below them stands a new cohort of nimble entrepreneurs, battle-hardened by that bad old past. Foreign investment is pouring in, attracted by a market boosted by falling poverty and a swelling lower-middle class. The country has established some strong political institutions. A free and vigorous press uncovers corruption—though there is plenty of it, and it mostly goes unpunished.
Just as it would be a mistake to underestimate the new Brazil, so it would be to gloss over its weaknesses. Some of these are depressingly familiar. Government spending is growing faster than the economy as a whole, but both private and public sectors still invest too little, planting a question-mark over those rosy growth forecasts. Too much public money is going on the wrong things. The federal government’s payroll has increased by 13% since September 2008. Social-security and pension spending rose by 7% over the same period although the population is relatively young. Despite recent improvements, education and infrastructure still lag behind China’s or South Korea’s (as a big power cut this week reminded Brazilians). In some parts of Brazil, violent crime is still rampant.
National champions and national handicaps
There are new problems on the horizon, just beyond those oil platforms offshore. The real has gained almost 50% against the dollar since early December. That boosts Brazilians’ living standards by making imports cheaper. But it makes life hard for exporters. The government last month imposed a tax on short-term capital inflows. But that is unlikely to stop the currency’s appreciation, especially once the oil starts pumping.
Lula’s instinctive response to this dilemma is industrial policy. The government will require oil-industry supplies—from pipes to ships—to be produced locally. It is bossing Vale into building a big new steelworks. It is true that public policy helped to create Brazil’s industrial base. But privatisation and openness whipped this into shape. Meanwhile, the government is doing nothing to dismantle many of the obstacles to doing business—notably the baroque rules on everything from paying taxes to employing people. Dilma Rousseff, Lula’s candidate in next October’s presidential election, insists that no reform of the archaic labour law is needed (see article).
And perhaps that is the biggest danger facing Brazil: hubris. Lula is right to say that his country deserves respect, just as he deserves much of the adulation he enjoys. But he has also been a lucky president, reaping the rewards of the commodity boom and operating from the solid platform for growth erected by his predecessor, Fernando Henrique Cardoso. Maintaining Brazil’s improved performance in a world suffering harder times means that Lula’s successor will have to tackle some of the problems that he has felt able to ignore. So the outcome of the election may determine the speed with which Brazil advances in the post-Lula era. Nevertheless, the country’s course seems to be set. Its take-off is all the more admirable because it has been achieved through reform and democratic consensus-building. If only China could say the same.

Sunday, November 29, 2009

Thomas Jefferson


"If our house be on fire, without inquiring whether it was fired from within or without, we must try to extinguish it."

Thursday, November 26, 2009

Assimetria by Demétrio Magnoli



Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), diagnosticou no seu relatório anual que, de modo geral, "a economia global está quase tão aberta ao comércio hoje quanto antes do início da crise" e conclamou as nações a "anunciar estratégias de saída para remover as restrições ao comércio e os subsídios à produção que introduziram temporariamente a fim de neutralizar os efeitos da crise". Lamy finge desconhecer que o câmbio funciona como o principal preço na economia mundial. Por isso seu diagnóstico é ilusório e sua conclamação, uma perigosa utopia.

O ciclo de crescimento global anterior à crise assentou-se sobre o eixo de desequilíbrio EUA-China. A poupança forçada do oceano de camponeses pobres chineses financiou o consumo exuberante da classe média americana. A assimetria refletiu-se sob as formas complementares dos crescentes saldos em conta corrente da China e dos monumentais déficits americanos. O motor das altas finanças simulou um equilíbrio virtual, apoiado na rotação acelerada dos capitais especulativos, que perdurou até o colapso do Lehman Brothers. Hoje, ao fim de um ano de crise, a política cambial chinesa restaura o desequilíbrio prévio, mas sem as molas de amortecimento que conferiram longevidade à expansão econômica.

Sete meses atrás, num comunicado retumbante, o banco central chinês apresentou o programa de uma reforma do sistema monetário internacional baseada na substituição do dólar por "uma moeda de reserva internacional de valor estável" emitida pelo FMI. A leitura otimista do comunicado sugeria que os chineses estavam prontos a trocar sua política cambial mercantilista pela participação num condomínio de gestão do sistema monetário internacional. Hoje, só Lamy simula não entender que aquilo não passava de chantagem. A China colou sua moeda ao dólar, operando de fato uma desvalorização do yuan em relação ao euro e às divisas dos países emergentes.

No dia seguinte ao comunicado célebre, o presidente do Banco da China pronunciou um outro discurso, pouco comentado, mas revelador. Zhou Xiaochuan falou por hipérboles, mas efetivamente atribuiu os elevados níveis de poupança chineses aos valores "antiextravagância" do confucionismo e alertou que "não é a hora certa" para a ampliação da poupança nos EUA. Aquelas palavras eram a senha para decifrar a política chinesa de reiteração do jogo da assimetria ao longo da crise, exportando os custos da recuperação econômica global.

A política cambial chinesa descreve oscilações cíclicas, mas obedece a uma lógica de longo prazo destinada a conservar a suposta virtude confucionista da poupança forçada. A depreciação do yuan, que atingiu o máximo em 1994, foi o pano de fundo da crise asiática de 1997 e a plataforma para a etapa atual de ascensão chinesa no comércio mundial. A última oscilação para cima do yuan iniciou-se em 2006, mas foi interrompida após o colapso financeiro nos EUA, frustrando as expectativas americanas de uma expansão sustentada do consumo chinês. Na sua visita a Pequim, Barack Obama ouviu de Hu Jintao um sonoro não à sua demanda de valorização da moeda chinesa.

O totalitarismo chinês já exibe fendas e rachaduras, mas conserva sua natureza fundamental. É o sistema político da China, não um projeto abstrato de desenvolvimento nacional, que dita a continuidade de sua estratégia mercantilista. Numa ponta, o crescimento significativo do consumo interno tem como requisitos a criação de direitos trabalhistas, a implantação de mecanismos de seguridade social e a expansão do crédito, que, por sua vez, exige a consolidação dos direitos de propriedade, até mesmo sobre a terra agrícola. Na outra ponta, o crescimento da renda média implica aumento das desigualdades sociais e das pressões reivindicatórias. Nada disso é compatível com o monopólio do poder político pelo partido-Estado.

O dogma do yuan fraco está no cerne do capitalismo de Estado chinês. No passado recente, quando a China ainda era um ator periférico, a sua estratégia mercantilista podia ser absorvida pela economia mundial. O cenário mudou desde o início do século, mas a incompatibilidade foi reciclada temporariamente pelas engrenagens combinadas da especulação financeira e da política fiscal expansionista dos EUA. Há um ano tais engrenagens emperraram e agora, independentemente da vontade de Zhou Xiaochuan, o mercado americano não pode drenar o excesso de poupança da China. O dumping cambial chinês converteu-se numa substância tóxica de efeitos globais.

A recuperação americana patina, pois a inevitável contração das importações não foi acompanhada por uma expansão das exportações. A apreciação generalizada das moedas dos países emergentes em relação ao dólar (e, portanto, ao yuan) provocou retração das exportações e perda de mercados de bens industriais para os chineses, ameaçando o equilíbrio das contas externas. Nos grandes produtores de commodities, como o Brasil, as exportações para a China ainda disfarçam os efeitos da assimetria global. Entretanto, o custo desse disfarce é pago pelo setor industrial, que tende a encolher sob o impacto da concorrência chinesa.

Quando disparou a sirene da crise mundial, o Ministério do Comércio da China declarou que seu país "é contra qualquer forma de protecionismo" e está comprometido com os princípios sagrados de livre-comércio. A gestão cambial praticada pelos chineses, contudo, representa uma forma radical de subsídio, disponível apenas para uma ditadura totalitária capaz de negar os direitos básicos de cidadania numa nação de renda média. Não é casual que pela primeira vez se discuta a hipótese de adoção de uma tarifa comum internacional para contrabalançar o dumping cambial da China.

Isso não consta do relatório de Lamy nem de nenhum manual de livre-comércio. Mas, agora, o nome do jogo é assimetria sem amortecedores.

Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia
Humana pela USP. E-mail: demetrio.magnoli@terra.com.br

Tuesday, November 24, 2009

Sunday, November 22, 2009

Thursday, November 19, 2009

Tuesday, November 17, 2009

Brian boy in Chichen Itza

Sent from my BlackBerry Wireless Handheld

As Ronald Reagan reminds us:


We who live in free market societies believe that growth, prosperity and, ultimately, human fulfillment are created from the bottom up, not the government down. Trust the people. This is the one irrefutable lesson of the entire post-war period, contradicting the notion that rigid government controls are essential to economic development. The societies that have achieved the most spectacular, broad-based progress are neither the most tightly controlled, nor the biggest in size, nor the wealthiest in natural resources. No, what unites them all is their willingness to believe in the magic of the marketplace.

Ronald Reagan

Friday, October 16, 2009

Enjoy present pleasures in such a way as not to injure future ones.


Seneca
Roman dramatist, philosopher, & politician (5 BC - 65 AD)

Saturday, September 26, 2009

The god abandons Antony by Constantine P. Cavafy


The god abandons Antony
by Constantine P. Cavafy (1863-1933)




The god forsakes Antony

When suddenly, at midnight, you hear
an invisible procession going by
with exquisite music, voices,
don’t mourn your luck that’s failing now,
work gone wrong, your plans
all proving deceptive—don’t mourn them uselessly.
As one long prepared, and graced with courage,
say goodbye to her, the Alexandria that is leaving.
Above all, don’t fool yourself, don’t say
it was a dream, your ears deceived you:
don’t degrade yourself with empty hopes like these.
As one long prepared, and graced with courage,
as is right for you who were given this kind of city,
go firmly to the window
and listen with deep emotion, but not
with the whining, the pleas of a coward;
listen—your final delectation—to the voices,
to the exquisite music of that strange procession,
and say goodbye to her, to the Alexandria you are losing.

- Constantine P. Cavafy (1911)

Wednesday, September 23, 2009

Tuesday, September 22, 2009

Tuesday, September 15, 2009

Jonh Adams X Karl Max

John Adams.
"The moment the idea is admitted into society that private property is not as sacred as the laws of God, and that there is not a force of law and public justice to protect it, anarchy and tyranny commence"

Karl Max

" The theory of the communists may be summed up in the single sentence:Abolition of private property."


Sent from my BlackBerry Wireless Handheld

Friday, September 11, 2009

FDNY

Wild Geese by Mary Oliver



Wild Geese

You do not have to be good.
You do not have to walk on your knees
for a hundred miles through the desert, repenting.
You only have to let the soft animal of your body
love what it loves.
Tell me about despair, yours, and I will tell you mine.
Meanwhile the world goes on.
Meanwhile the sun and the clear pebbles of the rain
are moving across the landscapes,
over the prairies and the deep trees,
the mountains and the rivers.
Meanwhile the wild geese, high in the clean blue air,
are heading home again.
Whoever you are, no matter how lonely,
the world offers itself to your imagination,
calls to you like the wild geese, harsh and exciting--
over and over announcing your place
in the family of things.

© Mary Oliver

Monday, September 07, 2009

O petista-desempregado sumiu by Augusto Nunes


O petista-desempregado sumiu
2 de setembro de 2009


Ando procurando há muito tempo duas brasileirices que, como a ararinha-azul, existem oficialmente mas nunca aparecem: o entrevistado-pelo-instituto-de-pesquisa e o comunista-assumido-com-menos-de-100-anos. Conheço gente que jura ter conhecido um entrevistado pelo Ibope ou alguém que abranda a olímpica solidão de Oscar Niemeyer. Um amigo garante ter visto as duas raridades. Eu nunca vi. Só acredito vendo.

A essas obsessões somou-se há quase sete anos uma terceira: procuro um petista-desempregado. Não conheço nenhum, nem conheço quem conheça. Se os leitores também não conhecerem, a espécie será declarada oficialmente extinta. E um comício com a dupla Lula e Dilma vai festejar o sucesso incomparável do programa Desemprego Zero para a Companheirada.

Os doutores de verdade e as doutoras dilmas, os gênios da raça e os cretinos fundamentais, os que raciocinam em bloco e os repetentes de carteirinha, os primeiros da classe e os que babam na gravata, os varados de luz e os doidos varridos, os menores de idade e os caducos sem remédio, os sóbrios congênitos e os bêbados de berço ─ todos deram um jeito na vida. Ninguém ficou ao relento. Sem concursos, exames, nada. Só com o bilhete do padrinho e a cópia da ficha de inscrição do PT.

A multidão defende o salário e o partido no Planalto, no Congresso, no Judiciário, na Petrobras, na Eletrobras, nos Correios, no Ibama, no Incra, na Funai, nas Ongs, nos blogs federais, na Caixa Econômica, no Banco do Brasil, no pré-sal, no Bolsa Família, no Fome Zero ─ nenhum cabide de empregos escapou. Onde houver uma folha de pagamentos anabolizada por dinheiro público, haverá um militante companheiro.

A espécie dos entrevistados-pelo-instituto-de-pesquisa nunca foi nuito numerosa. Os pesquisadores precisam de pouca gente para saber o que estão achando milhões de brasileiros. Os comunistas-assumidos-com-menos-de-100-anos viveram tanto tempo na clandestinidade que se sentem melhor nas sombras que na claridade. Portadores da Síndrome do Cristão de Catacumba, acham que o povo não está preparado para saber o que pensam quem vai salvá-lo. E caminham rumo à ditadura do proletariado disfarçados de socialistas, bolivarianos ou simplesmente esquerdistas.

Mas os petistas-desempregados eram dezenas de milhares no começo do século. O sumiço de todos os exemplares é uma proeza e tanto. Na segunda-feira, para que a raça não reapareça com os filhos dos casais já amparados, o presidente Lula enviou à Câmara dez projetos que criam 40 mil cargos públicos. É tanta vaga que até quem não nasceu já tem salário garantido no cabideiro federal. A conta (R$ 1.388 bilhão por ano) será espetada no bolso dos pagadores de impostos.

É natural que a hipótese da derrota em 2010 seja recebida pela companheirada a socos e pontapés. Perder a eleição é péssimo. Perder o salário é um pesadelo. Dilma Rousseff não vai liderar uma campanha eleitoral. Vai chefiar uma campanha contra o desemprego

Sunday, September 06, 2009

Give me liberty, or give me death !! Patrick Henry - March 23, 1775


No man thinks more highly than I do of the patriotism, as well as abilities, of the very worthy gentlemen who have just addressed the House. But different men often see the same subject in different lights; and, therefore, I hope that it will not be thought disrespectful to those gentlemen, if, entertaining as I do opinions of a character very opposite to theirs, I shall speak forth my sentiments freely and without reserve.

This is no time for ceremony. The question before the House is one of awful moment to this country. For my own part I consider it as nothing less than a question of freedom or slavery; and in proportion to the magnitude of the subject ought to be the freedom of the debate. It is only in this way that we can hope to arrive at truth, and fulfill the great responsibility which we hold to God and our country. Should I keep back my opinions at such a time, through fear of giving offense, I should consider myself as guilty of treason towards my country, and of an act of disloyalty towards the majesty of heaven, which I revere above all earthly kings.

Mr. President, it is natural to man to indulge in the illusions of hope. We are apt to shut our eyes against a painful truth, and listen to the song of that siren, till she transforms us into beasts. Is this the part of wise men, engaged in a great and arduous struggle for liberty? Are we disposed to be of the number of those who, having eyes, see not, and having ears, hear not, the things which so nearly concern their temporal salvation?

For my part, whatever anguish of spirit it may cost, I am willing to know the whole truth -- to know the worst and to provide for it. I have but one lamp by which my feet are guided; and that is the lamp of experience. I know of no way of judging of the future but by the past. And judging by the past, I wish to know what there has been in the conduct of the British ministry for the last ten years, to justify those hopes with which gentlemen have been pleased to solace themselves and the House?

Is it that insidious smile with which our petition has been lately received? Trust it not, sir; it will prove a snare to your feet. Suffer not yourselves to be betrayed with a kiss. Ask yourselves how this gracious reception of our petition comports with these warlike preparations which cover our waters and darken our land. Are fleets and armies necessary to a work of love and reconciliation? Have we shown ourselves so unwilling to be reconciled that force must be called in to win back our love? Let us not deceive ourselves, sir. These are the implements of war and subjugation -- the last arguments to which kings resort. I ask gentlemen, sir, what means this martial array, if its purpose be not to force us to submission? Can gentlemen assign any other possible motives for it? Has Great Britain any enemy, in this quarter of the world, to call for all this accumulation of navies and armies?

No, sir, she has none. They are meant for us; they can be meant for no other. They are sent over to bind and rivet upon us those chains which the British ministry have been so long forging. And what have we to oppose to them? Shall we try argument? Sir, we have been trying that for the last ten years. Have we anything new to offer on the subject? Nothing.

We have held the subject up in every light of which it is capable; but it has been all in vain. Shall we resort to entreaty and humble supplication? What terms shall we find which have not been already exhausted? Let us not, I beseech you, sir, deceive ourselves longer.

Sir, we have done everything that could be done to avert the storm which is now coming on. We have petitioned; we have remonstrated; we have supplicated; we have prostrated ourselves before the throne, and have implored its interposition to arrest the tyrannical hands of the ministry and Parliament.

Our petitions have been slighted; our remonstrances have produced additional violence and insult; our supplications have been disregarded; and we have been spurned, with contempt, from the foot of the throne. In vain, after these things, may we indulge the fond hope of peace and reconciliation. There is no longer any room for hope.

If we wish to be free -- if we mean to preserve inviolate those inestimable privileges for which we have been so long contending -- if we mean not basely to abandon the noble struggle in which we have been so long engaged, and which we have pledged ourselves never to abandon until the glorious object of our contest shall be obtained, we must fight! I repeat it, sir, we must fight! An appeal to arms and to the God of Hosts is all that is left us!

They tell us, sir, that we are weak -- unable to cope with so formidable an adversary. But when shall we be stronger? Will it be the next week, or the next year? Will it be when we are totally disarmed, and when a British guard shall be stationed in every house? Shall we gather strength by irresolution and inaction? Shall we acquire the means of effectual resistance, by lying supinely on our backs, and hugging the delusive phantom of hope, until our enemies shall have bound us hand and foot?

Sir, we are not weak, if we make a proper use of the means which the God of nature hath placed in our power. Three millions of people, armed in the holy cause of liberty, and in such a country as that which we possess, are invincible by any force which our enemy can send against us. Besides, sir, we shall not fight our battles alone. There is a just God who presides over the destinies of nations, and who will raise up friends to fight our battles for us.

The battle, sir, is not to the strong alone; it is to the vigilant, the active, the brave. Besides, sir, we have no election. If we were base enough to desire it, it is now too late to retire from the contest. There is no retreat but in submission and slavery! Our chains are forged! Their clanking may be heard on the plains of Boston! The war is inevitable -- and let it come! I repeat it, sir, let it come!

It is in vain, sir, to extenuate the matter. Gentlemen may cry, "Peace! Peace!" -- but there is no peace. The war is actually begun! The next gale that sweeps from the north will bring to our ears the clash of resounding arms! Our brethren are already in the field! Why stand we here idle? What is it that gentlemen wish? What would they have? Is life so dear, or peace so sweet, as to be purchased at the price of chains and slavery? Forbid it, Almighty God! I know not what course others may take; but as for me, give me liberty, or give me death!

Wednesday, September 02, 2009

Monday, August 31, 2009

Sometimes its not good to link particular physical feature to the intrinsic quality of the observed object...


An idealist is one who, on noticing that roses smell better than a cabbage, concludes that it will also make better soup. H. L. Mencken.... Roses or cabbages?

Saturday, August 29, 2009

Excerpt from Washington's Farewell Address 1796



Friends and Citizens:

"For this you have every inducement of sympathy and interest. Citizens, by birth or choice, of a common country, that country has a right to concentrate your affections. The name of American, which belongs to you in your national capacity, must always exalt the just pride of patriotism more than any appellation derived from local discrimination. With slight shades of difference, you have the same religion, manners, habits, and political principles. You have in a common cause fought and triumphed together; the independence and liberty you possess are the work of joint counsels, and joint efforts of common dangers, sufferings, and successes.

But these considerations, however powerfully they address themselves to your sensibility, are greatly outweighed by those which apply more immediately to your interest. Here every portion of our country finds the most commanding motives for carefully guarding and preserving the union of the whole."

Randomness of life decisions


This morning reading a excellent book called Fooled by randomness I realized that Buridan paradox, that was first mentioned by Aristotle's De Caelo,is what makes the difference between success and failed in our random society..

The paradox illustrates how life put us in situations like the very hungry and thirsty donkey located exactly halfway between water and the hay . If randomness takes us closer the one over the other we succeed because the decision becomes easier, but sometimes life keep us immobilized than we fail to make a decision and "starve to death".

Tuesday, August 25, 2009

Lockerbie: um epitáfio by João Pereira Coutinho


Lockerbie: um epitáfio

LISBOA - É sempre comovente ver um terrorista regressar a casa. Uns dias atrás, pela BBC, assisti ao espetáculo: Abdel Basset Ali Al-Megrahi foi saudado como um herói pela população enlouquecida de Trípoli, capital da Líbia. Entendo o entusiasmo. Al-Megrahi foi condenado a prisão perpétua pelo envolvimento no atentado terrorista de Lockerbie (um avião, 270 vítimas). Julgamento internacionalmente reconhecido como justo e conclusivo. Al-Megrahi cumpriu oito anos de pena.

Agora, por motivos "compassivos", o governo escocês, que é soberano em matéria judicial, resolveu libertá-lo. O terrorista está doente, com câncer terminal, disse o ministro da Justiça. Na melhor das hipóteses, tem três meses de vida. Sejamos humanos.

Eu sou humano. Mas minha humanidade, normalmente, está com as vítimas, não com os carrascos. Deformação de caráter, admito, que me transforma num verdadeiro Torquemada: ao ver Al-Megrahi recebido como um herói na Líbia, imaginei de imediato o que estariam a sentir as 270 famílias que viram os seus familiares pulverizados no ar, em dezembro de 1988. Sim, sou um monstro.

Verdade que não estou sozinho. O governo de Gordon Brown condenou a libertação. Santo Obama também, e com linguagem particularmente dura. E começaram as especulações sobre os verdadeiros motivos do gesto. Terá sido por razões "compassivas", como disse o ministro Kenny MacAskill? Ou, horror dos horrores, a libertação de Al-Megrahi faz parte de um negócio vantajoso para a Líbia e para o Reino Unido?

O próprio Gadaffi (filho) confirmou a suspeita, ao afirmar expressamente que a libertação de Al-Megrahi libertava também o petróleo e o gás líbios para empresas ocidentais, a começar pelas britânicas, que já esfregam as mãos de contentamento. Verdade? Mentira? E isso interessa?

Obviamente, não interessa: criada a suspeita, reforçada pela implacável imprensa britânica que tem revelado os encontros "comerciais" de Blair com Gadaffi (pai) na última década, a libertação de al-Megrahi tem importância simbólica. Os soldados britânicos podem lutar e morrer nas areias do Oriente Médio. Mas a libertação de um só criminoso será vista pelos inimigos do Ocidente, não como um gesto "humano" e "compassivo"; mas como uma manifestação de cobiça, um ato de traição às vítimas e uma postura de rendição perante os agressores. Eis a imagem do nosso epitáfio

A Origem do Estado by Rodrigo Constantino


A Origem do Estado

Rodrigo Constantino

“Poucas pessoas são motivadas a questionar a legitimidade das instituições estabelecidas.” (George H. Smith)

O Estado tem sua origem na conquista, e se mantém através da exploração. Eis a tese que Franz Oppenheimer defende em seu livro The State. Essa tese encontra eco em diferentes autores, incluindo Nietzsche, que acreditava que o Estado se origina na forma mais cruel de conquista. David Hume notou que muitos se submetem ao governo que se encontra já estabelecido no país onde vivem, sem pesquisar com muita curiosidade as origens de seu estabelecimento inicial. Poucos governos suportariam um exame rigoroso deste tipo. Com o tempo, o governo irá adquirir uma áurea de legitimidade, e a maioria das pessoas vai obedecê-lo por puro hábito. O consentimento é possível somente quando há escolha, e nenhum governo pode permitir que a obediência seja uma questão de escolha.

Para Oppenheimer, existem basicamente duas formas de organização da vida social: o meio econômico, que é pacífico por depender de trocas voluntárias; e o meio político, que é baseado na dominação e, portanto, é essencialmente violento, por ser uma apropriação não solicitada do trabalho dos outros. O Estado surgiria numa sociedade quando algumas pessoas utilizam os meios políticos para vantagem própria. Essas pessoas estariam numa situação vantajosa para forçar certas ações aos demais, e as relações passam a ser calcadas em subordinação e comando. O Estado seria então o primeiro de todos os aparatos de dominação. Independente do desenvolvimento desse Estado, Oppenheimer repete constantemente que sua forma básica e sua natureza não mudam. Desde o Estado primitivo feudal até a constituição moderna do Estado, ele ainda é a institucionalização dos meios políticos por um determinado grupo para expropriar a riqueza econômica de outros.

Parece auto-evidente que em qualquer grupo de pessoas, grande ou pequeno, existe a necessidade de uma autoridade que julga conflitos e, em situações extraordinárias, assume a liderança. Mas para Oppenheimer, essa autoridade não é o Estado, no sentido que ele usa a palavra. Ele define Estado como uma organização de uma classe dominante sobre outras classes. Esta organização de classes pode surgir somente através da conquista e subjugação. A formação de classes em tempos históricos não ocorreu através de gradual diferenciação na competição econômica pacífica, mas foi o resultado de conquista violenta. A idéia comum entre burgueses e socialistas estava no conceito do Estado como uma “coleção de privilégios” mantida em violação à lei natural, enquanto a sociedade era vista como uma forma de união humana em conformidade com a lei natural. Os senhores feudais, em contrapartida, desejavam manter o status quo, o uso do aparato estatal para seus próprios interesses.

Em todos os lugares onde o desenvolvimento de tribos atingiu uma forma mais elaborada, segundo Oppenheimer, o Estado cresceu pela subjugação de um grupo por outro. Sua justificação básica, sua raison d’etre, estava e está na exploração econômica desses subjugados. Os nômades conquistavam grupos e mantinham escravos. Eles foram os inventores da escravidão, e, portanto, plantaram as sementes do Estado, a primeira exploração econômica do homem pelo homem. Fazia mais sentido poupar os inimigos capturados e usá-los como escravos no pasto, daí a transição da matança dos vencidos para sua escravização. Com a introdução de escravos na economia tribal das hordas, os elementos essenciais do Estado já estão presentes, exceto a delimitação dos limites territoriais. O Estado aparece como uma forma de domínio, e sua base econômica é a exploração do trabalho humano. Sempre que a oportunidade aparece, e o homem possui a força para tanto, ele prefere o meio político ao econômico para preservar sua vida.

Após a conquista, os estágios diferentes vão gradualmente levando a uma mudança de percepção dos conquistados. Eles começam a se acostumar com a horda conquistadora, e passam a vê-la como seus protetores em relação às ameaças externas. Os hábitos vão se misturando, a língua vai virando uma só, e surge o sentimento de unidade, que cresce com o sofrimento comum, a vitória comum, a derrota comum. Ambos os diferentes grupos étnicos acabam juntos numa mesma terra, e as disputas que surgem com outros clãs ou outras vilas fortalecem esta união. Os senhores assumem o direito de arbitrar, e quando necessário, forçar seu julgamento sobre os servos. O conceito de nacionalismo vai evoluindo, e aparece a necessidade cada vez mais freqüente de interferir, punir ou exigir obediência pela coerção. Assim se desenvolvem os hábitos que serão utilizados pelo governo, conforme explica Oppenheimer.

O interesse comum em manter a ordem e a paz produz um forte sentimento de solidariedade, que pode ser chamado de uma consciência em pertencer ao mesmo Estado. O homem passa então a racionalizar tal desejo, e justifica a moralidade do método político usado para a formação do Estado. O grupo que controla o meio político passa então a desfrutar de certa legitimidade.

Não é preciso concordar com toda a teoria de Oppenheimer sobre a origem de Estado para perceber que este irá sempre ser sinônimo de coerção, de força. Enquanto o meio econômico é o meio das trocas voluntárias entre indivíduos, o meio político é o meio da imposição através do monopólio do uso da força. Quando estudamos casos históricos de Estados e suas origens, esta noção fica mais clara ainda. Portanto, o ideal será sempre tentar reduzir ao máximo possível a esfera política, o poder do Estado e seu escopo, cedendo o máximo de espaço possível ao meio econômico, pacífico por definição. Qual é este limite para a ação do Estado é algo que está aberto ao debate, mas somente um ódio muito grande da liberdade pode explicar a defesa de um tamanho acima do mínimo possível para garantir a paz e a ordem, assim como as liberdades individuais. Se Estado é força e sua origem está na conquista, defender o menor tamanho possível para este “monstro” é dever de todos aqueles que amam a liberdade.

Sunday, August 23, 2009

ÉTICOS PROFISSIONAIS, CORRUPÇÃO E POLÍTICA by Reinaldo Azevedo

Vejo que alguns analistas políticos lastimam o que chamam a "decadência" do PT ou a "perda de seus valores éticos". E fico cá me perguntando, cheio de certezas: não terá sido sempre assim? É que o partido não tinha tido a chance de demonstrar todo o seu talento. As coisas, as pessoas e as instituições não se tornam aquilo que essencialmente não são. Se o PT não tivesse a intimidade fundadora com a corrupção, não teria se deixando corromper. É simples. Tanto a pobreza quanto a riqueza podem gerar o santo e o bandido. A diferença que faz um e outro não está no meio, mas no indivíduo, em suas escolhas. O PT não se transformou nisso que vemos porque o sistema político o forçou a tanto. Dado o sistema político, ele escolheu ser assim.

Pessoas que participaram da fundação da legenda e que a deixaram faz tempo — alguns rompendo pela esquerda; outras, pela direta; outras ainda ficaram apenas enfaradas — relatam que, também em matéria partidária, o menino é o pai do homem; o PT inicial definiu o PT que aí está. Não há contradição nenhuma. Quem quiser maiores esclarecimentos deve procurar saber por que Cesar Benjamin e Paulo de Tarso Venceslau romperam com o partido. Não tenho a menor intimidade ideológica com eles. Mas o que relatam indica que houve apenas uma mudança de escala. Quando menino, o PT tinha uma amoralidade de menino; adulto, tem uma amoralidade de adulto. "Mas é só ele?", logo pergunta um petista tentando dividir o fardo.

Não! A corrupção nasce junto com a política. Nem por isso tem de ser considerada um dado da paisagem. Tentar transgredir as regras do jogo faz parte do jogo. Mas é preciso punir aquele que for malsucedido, aquele que for pego. E quem escapa? Bem, o que a gente não sabe, os cofres públicos sentem, é claro. Mas, se não o sabemos, não há como punir. O mal maior está no malfeito descoberto que resta impune. A impunidade desmoraliza as instituições e rebaixa o padrão de exigências dos cidadãos, tornando-os mais tolerantes com o intolerável.

Por que o PT é um desastre ético para o Brasil? Estaria ele obrigado a ser mais correto do que os outros? Não tem ele também, como refletiu certa feita uma bruxa disfarçada de pensadora de esquerda — ou seja, uma bruxa disfarçada de bruxa —, o direito de fazer das suas, a exemplo das outras legendas? Pra começo de conversa, ninguém tem o direito de fazer a coisa errada. Ocorre que o PT é a única legenda fundada sob a bandeira da "ética na política" — transformando numa espécie de horizonte utópico o que deve ser apenas um meio, um instrumento, da ação política. Atuar politicamente para tornar o mundo "ético" costuma ser a vocação de ditadores. Quem entendia do riscado já percebia ali uma das sementes do que viria.

Partidos políticos dignos desse nome têm projetos de poder e se obrigam a pensar a sociedade no seu conjunto. Não são curas de aldeia, não são bedéis de colégio, não são catecúmenos. Ser ético não é um de seus objetivos, mas construir uma usina pode ser. Ser ético não é um de seus objetivos, mas erguer escolas pode ser. Ser ético não é um de seus objetivos, mas implementar programas sociais pode ser. A ética atravessa verticalmente todos esses temas. É preciso ser ético construindo usinas, escolas e programas sociais. É preciso ser ético para tomar um sorvete — ou você ainda acaba roubando o sorveteiro.

Quando o PT assumiu como bandeira "a ética na política", ele a seqüestrou. Tomando o lema como horizonte, passou a justificar todas as suas ações em nome daquele devir, daquela utopia. Não demorou, e logo começou o esforço para justificar o que não parecia compatível com a sua pureza. Se alguém se torna o dono da ética, tudo o que ele fizer estará imantado por essa vocação. Se o dono da ética é também seu monopolista, está feito: pode mentir, pode roubar, pode matar. A alegoria perfeita para esse comportamento, não tem jeito, é mesmo A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Assim agiram os porcos depois que fizeram a sua revolução contra os fazendeiros bípedes. Com o tempo, os novos donos do poder perceberam que era preciso celebrar a paz com os Sarneys — e, para tanto, foi preciso até eliminar alguns adversários internos.

O PT ainda está convencido de que é dono da ética e que pode usá-la como escudo. O senador Aloizio Mercadante deu a prova inconteste do que digo. Cheio de indignação, em nome da ética, anunciou seu descontentamento com a ordem de Lula para salvar José Sarney e disse que renunciaria à liderança. Horas depois, subia à tribuna de um Senado quase vazio — dos petistas, restou apenas um para ouvir o seu trololó — e anunciava o dia do "Fico". Começou com "aquilo" roxo e terminou com "aquilo" amarelo… Nos dois casos, Mercadante estava sendo "ético".

Eu não tenho grandes ilusões sobre esse partido ou aquele. O que espero é que se organizem para fazer o que tem de ser feito, empregando os tais meios éticos, uma obrigação. Acontece que há na imprensa, não só na brasileira, e em certos setores bem-pensantes a vocação para a mistificação e a mitificação.  Vejo o que se dá agora com Marina Silva.

Os criadores de mitos tentam nos fazer crer que ela rompeu com o PT porque, afinal, já não suportava aquela "ética". É mesmo? Quer dizer que ela suportou bem o caso Waldomiro, o mensalão e o dossiê dos aloprados, mas não resistiu à MP da Amazônia? Podia conviver com a ética que abrigava aquelas práticas e achou que só o suposto desatino do governo na área ambiental é que o tornou impróprio? Posso até achar, como acho, que Marina cria problemas para o PT. Mas não vou aplaudi-la por isso.

Eu não tenho a menor paciência para éticos profissionais. Cedo ou tarde, acabam, a exemplo de Lula, aderindo à Teoria da Bravata.

Friday, August 21, 2009

O Poder Corrompe by Rodrigo Constantino


“O PT se transformou. A proximidade do poder e a necessidade de continuar no poder, em muitas ocasiões, transformam e transtornam as pessoas. Isso faz uma espécie de viseira que você só enxerga um tipo de objetivo: 2010. E tudo tem que estar de acordo para conseguir este objetivo. E aquilo que é importante numa caminhada para se atingir com dignidade o objetivo fica de lado”. Essas foram palavras do senador Flávio Arns, que decidiu tardiamente abandonar o PT por questões éticas. Elas poderiam ser resumidas pela constatação que Lord Acton fez no século XIX: “O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.

Infelizmente, muitos ainda não compreenderam esta fundamental lição. Sonham a cada dia com o messias salvador, o “bom revolucionário” que vai chegar ao poder e usá-lo de forma correta, sábia e honesta. Doce ilusão! O alvo deve ser justamente a existência de tanto poder concentrado no Estado. Como Hayek disse, não é a fonte, mas o limite do poder que o previne de ser arbitrário. Benjamin Constant também tinha chegado a esta conclusão, alertando que é contra a arma e não contra o braço que convém ser severo, ou seja, devemos acusar o grau da força, não os depositários dessa força. Alimentar a esperança de que algum dia um santo chegará ao poder para fazer milagres é uma tolice.

O Estado tem representado uma espécie de deus moderno para muitos, que depois não entendem o motivo de tanto abuso de poder por parte dos políticos. Ora, políticos são seres humanos também, e normalmente os de pior qualidade. Claro que delegar enorme poder a eles será sempre terrível. Como disse o poeta alemão Friedrich Höelderlin: “O que sempre fez do Estado um verdadeiro inferno foram justamente as tentativas de torná-lo um paraíso”. Em vez de ficar sonhando com o messias salvador, está na hora do povo acordar para a realidade, a abraçar a causa liberal, que luta justamente para reduzir e limitar o máximo possível o próprio poder concentrado no Estado.

“O que sempre fez do Estado um verdadeiro inferno foram justamente as tentativas de torná-lo um paraíso”. by Friedrich Höelderlin

Thursday, August 20, 2009

Uma lágrima para Hildegard Behrens

 
 

Sent to you by guga via Google Reader:

 
 

via Daniel Piza by Daniel Piza on 8/20/09

Meu colega João Luiz Sampaio já celebrou Hildegard Behrens, mas eu não poderia deixar de verter a lágrima para a melhor Salomé que já escutei. Infelizmente, não a encontrei na internet na versão que Karajan regeu da ópera de Richard Strauss, mas apenas na Elektra com James Levine, quando sua voz já não era a mesma. De qualquer forma, Bernard Shaw deve ter tentado sair do túmulo só para escutá-la:



 
 

Things you can do from here:

 
 

William James

"The greatest discovery of my generation is that a human being can alter his life by altering his attitudes of mind."

O Resultado do Banco do Brasil

>O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ficou tão feliz com o resultado do Banco do Brasil que convocou uma entrevista coletiva, alertando que "se os bancos privados não seguirem o exemplo dos bancos públicos, vão começar a comer poeira". Nunca antes na história desse país alguém tão medíocre ocupou cargo tão importante. Boa parte do crescimento do lucro veio do aumento na carteira de crédito ao consumo, que passou a representar dois terços da carteira total do banco. Chega a ser temerário um ministro da Fazenda celebrando e estimulando dessa maneira o aumento do crédito ao consumo, que apenas transfere consumo futuro para o presente, podendo inclusive criar uma bolha artificial.

Mas a obsessão do governo com o imediatismo é total, já que "no longo prazo estaremos todos mortos". O que importa é estimular o crescimento do PIB até 2010, ano de eleição. Será que a crise mundial recente não ensinou nada aos governantes sobre estímulo artificial ao consumo corrente, sem lastro em poupança real? Os bancos que expandiram crédito de forma acelerada nos Estados Unidos foram os heróis por alguns anos, apenas para deixarem um rombo gigantesco depois, obrigando os pagadores de impostos a tampar o buraco. Não custa lembrar que o próprio Banco do Brasil já quebrou algumas vezes no passado, necessitando de injeção de dinheiro dos "contribuintes".

Nada disso parece importar muito para o ministro. O Banco do Brasil voltou a ser o número um em ativos, e isso é o suficiente. Não importa também que o Itaú Unibanco, com menos ativos, tenha um valor de mercado duas vezes maior que o Banco do Brasil (R$ 128 bilhões contra R$ 65 bilhões), mostrando que cria muito mais valor para seus acionistas. Não vem ao caso também que o Itaú Unibanco consiga isso com 65 mil funcionários, contra 82 mil funcionários do Banco do Brasil (últimos dados disponíveis nos balanços). Falar em eficiência é irrelevante quando o foco é o tamanho. Freud explica.

Por fim, gostaria apenas de registrar mais um caso de esquizofrenia em nossa esquerda. Afinal, os esquerdistas detestam os banqueiros, mas adoram o maior banqueiro de todos, que é o próprio governo. Melhor não cobrar lógica dessa turma...

Eles fugiram da escola, escaparam da cadeia e já governam o Senado by Augusto Nunes

Parece que foi há muitos séculos, e no entanto faz menos de 20 anos. No começo de 1990, já não era numericamente desprezível o bloco dos senadores cujo prontuário implora por longas temporadas na cadeia, em regime de estudos forçados. Mas havia vida inteligente e homens de bem no Senado. Os melhores e os mais capazes conseguiam, simultaneamente, enquadrar os imbecis sem remédio, manter os delinquentes sob estreita vigilância, conduzir a instituição e garantir-lhe a independência. Eles sabiam remover tumores que colocassem em risco valores morais irrevogáveis. Nada a ver com a Casa do Espanto que Lula criou e o clube dos cafajestes agora administra.

O presidente nem tentaria fazer em 1990 o que anda fazendo há meses com um Senado em estado terminal. Mesmo que tivesse atingido os 103% de popularidade prometidos pelos institutos de pesquisa, logo saberia com quem estava falando. O mais loquaz dos governantes perderia a fala no segundo minuto de conversa com Afonso Arinos ou Roberto Campos. O capitão-do-mato não iria além da primeira grosseria se o aliado fosse Darcy Ribeiro. O palanqueiro debochado não se atreveria a insultar oposicionistas como Mário Covas ou Franco Montoro.

É por saber com quem está falando que Lula humilha antigos companheiros e ofende adversários. Sabujice não inspira respeito. Não se teme o revide que não virá. É por saber com quem está lidando que Lula abençoa a base alugada com salvo-condutos, absolvições sumárias, agrados retóricos e presentes em dinheiro. Não há um acordo político entre o ex-sindicalista que ficou moderno e os velhos oligarcas que se tornaram menos antigos. O que houve foi um acerto entre um presidente deslumbrado e gente que se alia a qualquer governo para manter-se no poder e ganhar muito dinheiro com a corrupção institucionalizada.

Quem acompanhou na terça-feira o depoimento de Lina Vieira e, nesta quarta, a sessão do Conselho de Ética viu em ação um bando fora-da-lei, esbanjando truculência e cinismo no cumprimento de missões confiadas pelo chefe. A quadrilha do faroeste subjugou o lugarejo. O presidente honorário é José Sarney. Paulo Duque comanda o Conselho de Ética. Romero Jucá lidera a bancada do governo e é o relator da CPI da Petrobras presidida pelo suplente amazonense. Renan Calheiros chefia a base alugada. Fernando Colllor comanda uma comissão. Abjeções como Wellington Salgado e Almeida Lima aceitam qualquer encomenda. Tudo parece dominado.

O PT foi reduzido por Lula a duas consoantes descartáveis. A líder do governo no Congresso é Ideli Salvatti, um berreiro à procura de uma ideia. O líder da bancada é Aloízio Mercadante, promovido a Herói da Rendição por atos de bravura em defesa de capitulações ultrajantes. Nesta semana, constatou-se que aprendeu com Eduardo Suplicy a fazer de conta que acha intragável o que não para de engolir.

Para fazer de conta que não gostou da absolvição de Sarney, crime que ajudou a tramar por ordem de Lula, colocou o cargo à disposição da bancada. O cargo sempre esteve, está e estará à disposição da bancada. Quem finge não saber disso topa qualquer negócio para ficar. Quem quer sair se demite ─ e em caráter irrevogável. Por acharem que há limite para tudo (e por lembrarem que a eleição vem aí), os senadores Flávio Arns e Marina Silva deixaram o partido. Os que permanecerem no rebanho pastoreado pela quadrilha são comparsas.

O Senado em decomposição ensina que só os cretinos sem cura e os farsantes juramentados dividem o Brasil em esquerda e direita, soldados do povo e carrascos da elite. O que se vê é um país que acredita na democracia, ama a liberdade e respeita a lei ameaçado pela ofensiva do primitivismo. Para os dirceus e berzoinis, os burgueses malandros são apenas companheiros de viagem que encurtam o caminho que conduz ao paraíso socialista. Para os renans e jucás, os comunistas de araque são apenas os sócios do momento. Os casos para psiquiatra e os casos de polícia só acham antiético perder a eleição e a gazua. Todos têm como objetivo comum o arrombamento dos cofres federais.

É hora de cortar-lhes o avanço. O general parece invencível? A tropa parece crescer em tamanho e agressividade? A maioria parece satisfeita com a vida não vivida? Não importa. Movimentos de resistência nunca tomam forma no ventre da multidão. Não é preciso nascer grande para ter força. Basta ter razão.

Tuesday, August 18, 2009

Eight Reasons Why Big Government Hurts Economic Growth

A pena de morte em vigor by Estado de Sao Paulo

Sabia-se que o sistema carcerário brasileiro é péssimo. Mas não que fosse tão ultrajante à vida e à dignidade humana, como testemunharam os que trabalharam nos mutirões carcerários promovidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que no período de um ano libertou 4.781 pessoas indevidamente presas - conforme reportagem publicada sábado pelo Estado. Os exemplos são escabrosos, mas não há como fugir deles, pois só assim se tem a noção real de a que ponto chegou a falência de um sistema, envolvendo muitas instituições públicas.

Em um ano o CNJ examinou 28.052 processos em 13 Estados e terminou por libertar 17,36% do total de presos cuja situação jurídica foi analisada, inclusive 310 menores. Uma parte dos presos já havia cumprido a pena, mas permanecia encarcerada; outra parte tinha direito à progressão da pena e outra parte estava presa sem processo algum, sem acusação, ou esperava há anos um julgamento - uma tragédia surrealista ilustrada pelo desabafo de um presidiário que pediu a um juiz do CNJ: "Doutor, eu tô preso há 2 anos, 7 meses e 1 dia e não fui julgado ainda. Eu acho que tenho o direito de sentar na cadeira do réu."

Mas esse não foi o pior caso. Os juízes do CNJ descobriram um homem encarcerado no Ceará há dez anos, sob acusação de homicídio, mas cujo processo havia, simplesmente, desaparecido. No Espírito Santo descobriram outro que ficou 11 anos preso sem nunca ter sido julgado. E aí vêm exemplos de situações horripilantes de presidiários brasileiros: no Amazonas, um preso paraplégico é deixado no chão deitado, com as nádegas feridas pela falta de movimentos, e quando precisa ir ao banheiro grita para que o carcereiro o leve. Se não chegam a tempo, urina e defeca deitado e continua deitado à espera de alguém para limpá-lo. No Espírito Santo, 256 presos instalaram três andares de rede para ocupar uma cela destinada a apenas 36 pessoas. Alguns passam dias deitados, por não haver espaço para ficarem em pé. No Maranhão estourou uma rebelião tendo por principal reivindicação dos detentos o abastecimento de uma caixa d?água para que voltassem a tomar banho - depois de dias. No centro de custódia para menores no Espírito Santo um dos garotos vomita seguidamente por não suportar o cheiro das fezes que ficam armazenadas no canto do contêiner em que fica preso.

É preciso mais para concluir que a dignidade humana tem sido totalmente destruída em nosso sistema carcerário?

Na Bahia a Defensoria Pública descobriu, no fim de 2008, que a polícia do Estado estava adotando uma prática típica dos tempos da ditadura: a prisão para averiguação de qualquer pessoa suspeita de ter cometido um crime, sem que a polícia comunicasse, como manda a lei, a ocorrência ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Justiça. Em entrevista ao Estado, o magistrado responsável pela coordenação dos mutirões do CNJ, Erivaldo Ribeiro dos Santos, entre outras "surpresas" descobertas destaca o volume das "penas vencidas", que jamais imaginaria tão grande. "A pena vencida é mostra de um descontrole total", diz ele. "É uma falha do sistema de justiça criminal, sistema que é composto pela polícia, pela administração penitenciária, pelas Secretarias da Justiça e da Segurança, pela Defensoria Pública, pela defesa em geral, incluída a OAB, pelo Ministério Público, pelos juízes que atuam nas Varas Criminais. Essas pessoas estão presas pela burocracia do sistema, pela irracionalidade do sistema, que não é inteligente a ponto de indicar ao juiz que tal preso está com a pena vencida ou que tem direito a um benefício."

E o mesmo magistrado sintetiza a tragédia do sistema carcerário: "Algumas de nossas prisões são uma sentença de morte. Ninguém merece ficar um dia ali. Essa forma de encarceramento é uma hipocrisia. Nós, que não aceitamos a tortura, a pena de morte, vemos que algumas de nossas formas de encarceramento são uma tortura, uma pena de morte lenta, gradual e sem morfina. Esses não são mais relatos da academia. São constatações do CNJ."

É de esperar que essas oportuníssimas constatações do Conselho Nacional de Justiça signifiquem, pelo menos, o início de uma conscientização que leve à rápida reversão desse estado de coisas, vergonhoso para qualquer país minimamente civilizado.