>O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ficou tão feliz com o resultado do Banco do Brasil que convocou uma entrevista coletiva, alertando que "se os bancos privados não seguirem o exemplo dos bancos públicos, vão começar a comer poeira". Nunca antes na história desse país alguém tão medíocre ocupou cargo tão importante. Boa parte do crescimento do lucro veio do aumento na carteira de crédito ao consumo, que passou a representar dois terços da carteira total do banco. Chega a ser temerário um ministro da Fazenda celebrando e estimulando dessa maneira o aumento do crédito ao consumo, que apenas transfere consumo futuro para o presente, podendo inclusive criar uma bolha artificial.
Mas a obsessão do governo com o imediatismo é total, já que "no longo prazo estaremos todos mortos". O que importa é estimular o crescimento do PIB até 2010, ano de eleição. Será que a crise mundial recente não ensinou nada aos governantes sobre estímulo artificial ao consumo corrente, sem lastro em poupança real? Os bancos que expandiram crédito de forma acelerada nos Estados Unidos foram os heróis por alguns anos, apenas para deixarem um rombo gigantesco depois, obrigando os pagadores de impostos a tampar o buraco. Não custa lembrar que o próprio Banco do Brasil já quebrou algumas vezes no passado, necessitando de injeção de dinheiro dos "contribuintes".
Nada disso parece importar muito para o ministro. O Banco do Brasil voltou a ser o número um em ativos, e isso é o suficiente. Não importa também que o Itaú Unibanco, com menos ativos, tenha um valor de mercado duas vezes maior que o Banco do Brasil (R$ 128 bilhões contra R$ 65 bilhões), mostrando que cria muito mais valor para seus acionistas. Não vem ao caso também que o Itaú Unibanco consiga isso com 65 mil funcionários, contra 82 mil funcionários do Banco do Brasil (últimos dados disponíveis nos balanços). Falar em eficiência é irrelevante quando o foco é o tamanho. Freud explica.
Por fim, gostaria apenas de registrar mais um caso de esquizofrenia em nossa esquerda. Afinal, os esquerdistas detestam os banqueiros, mas adoram o maior banqueiro de todos, que é o próprio governo. Melhor não cobrar lógica dessa turma...
Thursday, August 20, 2009
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